A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) entregou na semana passada (11/05) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) as propostas que atendem melhor os produtores rurais de Mato Grosso para compor Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2022/2023.
Entre as demandas estão: aumento do limite de recursos do Custeio Agrícola por CPF, ampliação do volume de recursos de crédito rural, tanto de custeio quanto de investimento, priorizar a disponibilização de recursos nos programas de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), Inovagro, Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e Moderfrota.
Além disso, foi solicitada a garantia de recursos para subvenção na forma de equalização de taxas de juros, viabilizando taxas compatíveis para as linhas de custeio, investimento, inclusive do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para a agropecuária empresarial.
A Famato anexou ao ofício os estudos elaborados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para embasar as demandas do setor. “O PAP desse ano está sendo analisado de uma forma bem criteriosa, com muito estudo. Estamos levando informações ao Governo Federal e ao Banco Central para que sejamos atendidos e o próximo plantio não seja prejudicado com a falta dos recursos controlados, as altas taxas de juros e o limite por CPF inadequados para a realidade dos produtores de Mato Grosso”, disse o presidente da Famato, Normando Corral.
No último PAP foi disponibilizado um aporte de R$ 13 bilhões para a equalização de juros, com taxas variando entre 3% e 8,5%. O setor espera que haja aumento de recursos e manutenção das taxas de juros.
Normando Corral destacou, como principal solicitação do setor, o volume de recurso disponibilizado para o próximo PAP 2022/2023. O pedido de aumento do recurso bruto e do limite por CPF foi feito com base na previsão de aumento de área plantada e, principalmente, pela elevação dos custos de produção que chega a ser de 40% a 60% maiores. “Com o mesmo limite que o produtor tinha para tomar empréstimo ele não vai mais conseguir fazer o mesmo plantio das safras anteriores. Esse é o principal problema que enfrentamos hoje”, pontuou Corral.
Segundo o presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Nilson Leitão, a operacionalização do Plano Safra 2022/2023 vai exigir aportes da ordem de R$ 22 bilhões. “Esses R$ 22 bilhões são apenas uma atualização tendo em vista que tivemos no Brasil aumento de preços dos insumos, defensivos, óleo diesel, transporte, inflação, entre outros. Os custos para produzir no país tiveram em média um aumento de R$ 8 bilhões para fazer exatamente o que se fez no ano anterior. A dificuldade do Mapa e do setor é encontrar esse espaço orçamentário para aprovar os R$ 22 bilhões”, pontuou Nilson Leitão.
A analista de Agricultura da Famato, Karine Machado, destacou a importância do PAP para o crescimento do setor. “O PAP e os recursos controlados são de suma importância para o contínuo crescimento do setor produtivo rural. E o produtor não pode ser ainda mais onerado pelo custo do crédito caro no país. Portanto, a manutenção dos juros do PAP é importante, pois serve de base para as demais instituições financeiras que disponibilizam crédito para o produtor rural”, reforçou Karine.