Em março, sem ainda ser influenciado pelas turbulências de mercado criadas pelo presidente norte-americano, o Índice de Preços de Carne da FAO alcançou média de 118,0 pontos, alta de 0,86% em relação ao valor revisado de fevereiro e de 2,7% em relação a março de 2024.
Conforme a própria FAO, o aumento do mês foi impulsionado quase exclusivamente pela carne suína, que obteve preço 1,72% superior ao do mês anterior em função, sobretudo, da valorização do produto na União Europeia e como decorrência da reobtenção, pela Alemanha, do status de livre da febre aftosa. Isto levou os principais parceiros no setor – como Reino Unido e Irlanda do Norte – a retomarem as importações do produto. A demanda crescente contribuiu para estabilizar o mercado, enquanto o fortalecimento do euro em relação ao dólar americano apoiou a tendência de alta.
Da mesma forma, as cotações mundiais da carne bovina aumentaram, refletindo uma restrita oferta global e uma firme demanda internacional. Porém, a variação no preço da carne bovina beirou mais à estabilidade, pois o aumento obtido no mês foi pouco superior a meio por cento.
De toda forma, foi um desempenho melhor que o da carne de frango que, esta sim, apresentou absoluta estabilidade, até com pequeno decréscimo (-0,01%) em relação a fevereiro. Efeito – como cita a FAO – do equilíbrio entre oferta e demanda, a despeito dos desafios contínuos que os generalizados surtos de Influenza Aviária têm imposto a alguns dos principais países produtores.
Completado o primeiro trimestre de 2025, o melhor resultado vem sendo o da carne bovina, cujos preços experimentaram, em média, valorização de 10,84% em relação ao mesmo período de 2024. A carne de frango vem na sequência, com ganho de 7,94%. Só a carne suína apresenta resultado negativo, seus preços no trimestre apresentando retração de 8,51% em comparação aos mesmos três meses do ano passado.
Isto, no entanto, só se aplica aos preços médios internacionais, porquanto o preço da carne suína brasileira valorizou-se 11,18% no 1º semestre de 2025. Por outro lado, os ganhos brasileiros com as carnes bovina e de frango foram mais moderados que os internacionais – de 9,27% e 4,66%, respectivamente.