Em meio a uma crescente onda de relatos de infecções de Influenza Aviária em bovinos de leite e em outros mamíferos, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acaba de divulgar diretrizes instruindo seus membros sobre como implementar programas de vigilância eficazes para a detecção precoce da doença – não só no plantel bovino, mas também em outros mamíferos. A seguir, o que diz a FAO a respeito:
“Além das aves domésticas, o clado 2.3.4.4b da influenza A(H5N1) se espalhou para quase todas as regiões, infectando uma ampla gama de aves selvagens, mamíferos marinhos e terrestres e, recentemente, gado leiteiro nos Estados Unidos da América.
“Quando um vírus influenza circula em populações de aves e mamíferos, a probabilidade de transbordamento para humanos e o risco à saúde pública podem aumentar. Os eventos relatados do vírus influenza A(H5N1) entre mamíferos terrestres e marinhos em vários países, incluindo os casos recentes detectados nos Estados Unidos da América, tornaram necessário melhorar a detecção do vírus em bovinos e outros mamíferos suscetíveis e monitorar de perto a evolução do vírus e a adaptação a hospedeiros extraordinários.
Essas recomendações visam apoiar os países no planejamento da vigilância da influenza A(H5N1) em bovinos para melhorar a detecção precoce, gerar informações baseadas em evidências para mitigar os impactos do transbordamento de aves para o gado e prevenir a transmissão entre rebanhos de bovinos.
Além disso, essas recomendações visam auxiliar os países, especialmente os de baixa e média renda, a otimizar o uso de recursos limitados para atingir seus objetivos de vigilância por meio da alavancagem de programas de vigilância já existentes.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda que todos os países mantenham vigilância passiva para A(H5N1) visando detectar rapidamente eventos de transbordamento em espécies não aviárias, adotando uma definição de caso apropriada, juntamente com programas de educação e divulgação para as partes interessadas mais relevantes, de forma a aumentar a conscientização sobre os riscos dessa doença emergente.
Além disso, os países podem adotar outras abordagens de vigilância para alavancar as amostragens de rotina adotadas na avaliação do status sanitário dos plantéis animais. A vigilância baseada em eventos também pode ser uma ferramenta útil na detecção precoce. Para países sob risco, abordagens de vigilância direcionadas ou baseadas em risco podem ser usadas para avaliar mais de perto a conexão do status sanitário de bovinos com aves domésticas ou selvagens, investigar surtos suspeitos em bovinos e demonstrar ausência de infecção. Essas recomendações têm uma ampla aplicação para outros mamíferos de criação também suscetíveis.
Abaixo, algumas das sugestões da FAO quanto a possíveis métodos de vigilância a serem adotados. Clique aqui para acessar a íntegra, em inglês, do documento “Recomendações para a vigilância da Influenza Aviária A(H5N1) em bovinos”.