A exemplo de outros setores, a pecuária bovina de corte do Rio Grande do Sul tem sido impactada pelo maior desastre da história desse estado. Segundo indicam pesquisadores do Cepea, além de pontes e estradas destruídas, pastagens estão embaixo d’água e animais foram arrastados pela enxurrada.
Mesmo nas regiões que não foram inundadas, os solos estão encharcados, dificultando o manejo dos rebanhos. Pecuaristas consultados pelo Cepea mostram um misto de desespero e desânimo.
Entre os frigoríficos, várias unidades consultadas pelo Cepea interromperam atividades por terem sido atingidos pela água ou pela dificuldade de locomoção dos funcionários. O transporte dos animais e da carne também está comprometido.
Representantes da indústria informam ao Cepea que alguns poucos permanecem ativos apenas para compras, mas sem previsão para os embarques. Feiras e exposições previstas para maio têm sido suspensas. O segmento de insumos também enfrenta dificuldades de escoar rações e outros itens essenciais para as propriedades rurais.
Diante da gravidade da situação, agentes de todos os elos da pecuária consultados pelo Cepea ainda têm dificuldades de planejar os próximos dias.
Quanto a possíveis impactos desse cenário ao restante do Brasil, pesquisadores do Cepea destacam que, no Rio Grande do Sul, são criadas predominantemente raças europeias, mais adaptadas ao clima frio. Assim, o gado e a carne desse estado não têm grande circulação em outras regiões, e, por isso, as ocorrências recentes não devem influenciar significativamente as negociações pecuárias do País.
Em 2023, pelo porto de Rio Grande (RS), foram exportados 2,9% da carne bovina.