A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) vem se estabilizando como a tecnologia reprodutiva mais utilizada na pecuária de corte nacional. É o que mostram os dados de prenhez analisados pelo Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho (Gerar Corte), que apontou a média nacional na casa de 50,3%.
De acordo com o idealizador do Grupo, Professor da Unesp de Botucatu José Luiz Moraes Vasconcelos, o Zequinha, o índice mostra o amadurecimento da técnica, mas o especialista destaca que há espaço para continuar avançando. “A IATF tem potencial para atingir 70%, ou até mais, de prenhez. Dentro do grupo, as fazendas líderes do ranking, tiveram desempenho nessa faixa”, destaca Zequinha.
Zequinha ressalta que para atingir o patamar ideal, o pecuarista precisa investir em três pilares, além da IATF: sanidade, nutrição e genética.
O cenário atual da pecuária, com o preço da arroba do boi ainda variando abaixo do esperado e aumento de alguns custos fixos, tem pressionado a gestão nas fazendas. O especialista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP Thiago Bernardino, apontou que o alta oferta de animais terminados, disponibilidade de fêmeas para abate nos últimos meses, geraram um reflexo nos preços menores neste segmento de corte em geral.
“O cenário hoje pode parecer ruim em termos de preço, mas ele vai começar a se tornar favorável e por volta de 2026 e 2027 esse parâmetro tende a mudar”, informou o Thiago.
Apesar deste cenário atual, o Gerente da Linha Reprodutiva da Zoetis, Rafael Moreira, afirma que o momento é importante, deve-se ter estratégia e analisar para investir agora. “O bezerro e bezerra (produto) para 2025 e boi de 2026, será produzido nessa estação, então quem dirige e toma as decisões na fazenda agora, deve analisar o cenário futuro e se preparar para a demanda por qualidade e quantidades que serão exigidas. Pelas análises e discussões nas reuniões que fizemos nas seis reuniões do GERAR corte, o mercado tende a remunerar melhor por qualidade em 2026”, avalia Moreira.
O Grupo Gerar Corte se reuniu em seis estados (BA, GO, MA, MS, MT e RS) para analisar, discutir e orientar os técnicos do grupo sobre o momento da pecuária, perspectivas e as melhores práticas de manejo em termos de reprodução, nutrição e sanidade.