A JBS encerrou o terceiro trimestre de 2022 com receita líquida recorde de R$ 98,9 bilhões. A empresa encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 4 bilhões, em linha com o apurado no 2T22.
“O desempenho foi possível graças à contínua força e resiliência da nossa plataforma multiproteína globalmente diversificada, o que tem atenuado os ciclos naturais em nossos negócios e mantido uma saudável geração de caixa, permitindo que a empresa reinvista no seu crescimento e gere retorno aos acionistas no curto prazo”, destaca Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
Nos nove primeiros meses do ano, o faturamento global da Companhia chegou a R$ 281,9 bilhões. Essa resiliência se mostra mesmo diante de um cenário globalmente desafiador, com redução de demanda em importantes regiões como consequência da menor renda disponível, impactada pela alta da inflação.
“Os nossos negócios de aves no Brasil e EUA superaram as expectativas com forte crescimento das exportações para a Ásia e o Oriente Médio, com ênfase na conveniência e no fortalecimento do relacionamento com os principais clientes em cada mercado. À medida que o negócio bovino dos EUA caminha para a normalização da margem, acreditamos num fortalecimento do segmento nos mercados brasileiro e australiano”, afirma Tomazoni.
Variação no protagonismo entre os negócios
A Pilgrim’s Pride continuou apresentando índice relevante de crescimento, com receita líquida de R$ 23,4 bilhões no terceiro trimestre de 2022, especialmente puxada pelo incremento da demanda do varejo norte-americano por produtos de valor agregado e por pratos prontos de entrega rápida. A margem do negócio no período chegou a 12,6%.
Na Seara, a margem chegou a 15,1%, amparada pela força do mercado externo, que levou a empresa a se consolidar como maior exportadora de aves do Brasil no acumulado do ano e do trimestre. Destaque para o forte crescimento do segmento de aves no período, com expansão de 12,5% nos volumes, na comparação anual. No Brasil, de acordo com a Kantar, a marca Seara apresentou recorde de penetração de domicílios, enquanto a repetição de compra segue crescendo. Assim, no terceiro trimestre de 2022, a empresa registrou receita líquida de R$ 11,8 bilhões, crescimento de 10,2% na comparação trimestral.
A JBS Brasil, que reúne os negócios de bovinos no país, chegou a R$ 16,2 bilhões em receita líquida, crescimento de 15,1% na comparação com a receita obtida no segundo trimestre de 2022, apurando uma margem de 5,1% Essa evolução se dá pela melhora das condições gerais do negócio no País, com maior disponibilidade de matéria-prima e o resultado das ações para fidelização de clientes-chave para o negócio, especialmente por meio do programa Friboi+, que cresceu 42% em volume comercializado no trimestre.
Na JBS Austrália, houve evolução de 6% na receita líquida na comparação com o segundo trimestre, para R$ 8,7 bilhões, com margem EBITDA de 5,6%. A disponibilidade de gado começa a apresentar sinais de melhora e a tendência é que a virada do ciclo ocorra em 2023. Além disso, a Huon Aquaculture vem performando acima das expectativas para o negócio, com margens consistentes, na casa dos dois dígitos, e amplo espaço para crescimento por meio do know-how da JBS no varejo da região.
Avanço na Agenda ESG
A JBS seguiu avançando no terceiro trimestre de 2022 na adoção de medidas para alcançar o objetivo de ser Net Zero em 2040. Em agosto, a JBS Novos Negócios lançou uma nova unidade de negócios, a Genu-in, que utiliza a pele bovina para a produção de peptídeos de colágeno para o setor nutracêutico e gelatina para a indústria alimentícia. No período, a Seara anunciou também a expansão de 19 para 200 de sua frota de caminhões elétricos refrigerados.
Em julho, a Pilgrims UK anunciou investimento de £ 10 milhões em projetos de sustentabilidade nos próximos 12 meses. As ações incluem a conclusão da transição para a iluminação LED e a troca de equipamentos por alternativas mais eficientes em termos energéticos, como a substituição de caldeiras a gás natural por bombas de calor e a otimização dos sistemas de refrigeração. A empresa já possui projetos locais de energia solar e eólica em muitos de seus locais e agora está expandindo-os para o restante de suas fábricas em todo o Reino Unido, o que ajudará a reduzir as emissões de carbono em 11.000 toneladas por ano.
No final de setembro, a JBS anunciou a chegada de Jason Weller como o seu primeiro Chief Sustainability Officer (CSO), ou diretor global de Sustentabilidade. O executivo será responsável pela supervisão das estratégias de ESG e de sustentabilidade da Companhia globalmente, compartilhando as melhores práticas com foco no desenvolvimento do plano de metas baseadas na ciência da JBS para cumprir seu compromisso de ser Net Zero até 2040.
Para fortalecer a sua governança corporativa, a Companhia anunciou, em agosto, que Michael Koenig foi nomeado Diretor Global de Ética e Compliance – anteriormente, o executivo exercia a mesma função na Pilgrim’s desde agosto do ano passado. Além da nomeação de Koenig, a JBS também criou um Comitê Executivo Global de Compliance em junho de 2022, com o objetivo de ajudar a criar um programa de Compliance mais uniforme e consistente em todas as unidades da Companhia ao redor do mundo, incluindo a Pilgrim’s.
Gestão financeira apurada garante a estabilidade da empresa
Em um momento economicamente desafiador, a apurada gestão financeira se mostra um diferencial que garante a solidez da JBS. A alavancagem da Companhia continuou em trajetória controlada, fechando o trimestre em 1,76x em dólar e 1,81x em reais. A empresa tem sido bem-sucedida na mudança do seu perfil de endividamento, com alongamento do passivo e diminuição do custo médio da dívida por meio de reduções nas despesas com juros.
Nesta frente, a companhia realizou as seguintes ações no trimestre: (i) emissão de US$2,5 bilhões em Notas Sêniores, (ii) pagamento da totalidade do Term Loan B, reduzindo a dívida com garantia real de 15% para 4%; (iii) pagamento antecipados dos bonds 6,75% 2028 e 6,50% 2029; e (vi) emissão de CRA no montante de aproximadamente R$1,6 bilhões.
Esse movimento tem sido acelerado desde que a JBS consolidou o seu status de Full Investment Grade ao ser classificada como grau de investimento pelas agências S&P, Moody’s e Fitch, as maiores do mercado. “Com os movimentos de gerenciamento dos passivos, aumentamos o prazo médio de dívida de 6,2 anos, no terceiro trimestre de 2021, para 10 anos, em 2022”, destaca Gilberto Tomazoni.