Data limite autorizada passou para o dia de 31 dezembro; imunizante estava em falta em diversos pontos
O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) atendeu um pedido feito pela Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP) e prorrogou do prazo de vacinação do gado bovino e bubalino contra a febre aftosa. O pedido da Federação e da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA/SP) junto ao MAPA alertou para a dificuldade dos produtores paulistas em comprar as vacinas. A segunda etapa da campanha de imunização contra a febre aftosa no Estado de São Paulo começou em 1º de novembro e terminaria dia 30 (terça-feira). O novo prazo, conforme comunicado divulgado hoje (29 de novembro) pelo MAPA, passou para 31 de dezembro, e a declaração do produtor deve ser feita em até 7 dias após o término da etapa de vacinação. A FAESP acredita que esta é tendência, mas a confirmação oficial depende da CDA/SP.
“O produtor não poderia ser prejudicado pela falta de vacinas e, por isso, a FAESP alertou para o problema e foi atendida pelo MAPA. Afinal, os produtores paulistas são os principais interessados em cumprir todas as normas sanitárias. Tanto que o último foco de febre aftosa no Estado ocorreu há 26 anos e o sucesso da erradicação se deve, em grande parte, aos pecuaristas, que realizaram com eficiência a imunização dos animais durante as campanhas movidas pelos órgãos sanitários”, afirma o presidente da FAESP, Fábio de Salles Meirelles.
O MAPA prorrogou o prazo com o propósito de evitar o comprometimento nos resultados da etapa de vacinação contra a aftosa. A FAESP recebeu informações de sindicatos rurais de que muitos produtores não conseguiram adquirir vacinas em razão da falta do produto nos postos de revenda, A Federação também recebeu informes de que a vacina subiu de preço. Na campanha passada, a FAESP apurou um teto de R$ 1,60 a dose. Houve informações de produtores pagando até mais de R$ 2,00 por dose.
A vacinação nessa etapa é obrigatória para bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade. Depois de vacinar o animal, o pecuarista tem de lançar a informação no Sistema GEDAVE (Gestão de Defesa Animal e Vegetal) por meio do seu cadastro.
A FAESP monitorou de perto a situação, primeiramente recebendo o retorno dos Sindicatos Rurais. E posteriormente passou a conduzir mais ativamente esse monitoramento, por meio de uma pesquisa junto à rede sindical e realizando a gestão junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA ) e ao Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA).
Foi constatado que em Monte Aprazível, Brotas, Cruzeiro, Cachoeira Paulista e Patrocínio Paulista houve reclamações de falta de doses de vacinas, com uma situação anormal para este período. Em Barretos, foi apurado que somente uma revenda comercializava o produto, também uma situação atípica para a época.
Já em Araçatuba, as cooperativas realizaram grandes compras e dessa maneira os médios e grandes produtores foram abastecidos no começo da campanha. Mas não havia disponibilidade de frascos com poucas doses, o que dificultou a vida dos pequenos produtores.
A produção do imunizante é solicitada pelo Mapa junto a entidade que representa os fabricantes. Essa solicitação já contempla o volume necessário para condução das duas campanhas ao longo do ano. Por isso, em tese, não deveria ocorrer a falta de vacinas. Contudo, em campanhas anteriores, problemas de logística e distribuição acabaram prejudicando o acesso dos produtores rurais à vacina.