A Marfrig teve suas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), submetidas no ano passado. A companhia brasileira é a única do setor de proteína bovina nas Américas a ter suas metas aprovadas e a se comprometer a limitar o aumento da temperatura global a até 1,5ºC.
As metas da Marfrig são:
- Nos escopos 1 e 2, reduzir emissões absolutas (tCO2e) de gases do efeito estufa em 68% (ano-base 2019) até o ano de 2035. O escopo 1 abrange emissões diretas resultantes do processo produtivo, fruto da transformação das matérias-primas em produtos. Já o escopo 2 considera emissões indiretas associadas ao uso de energias (elétrica ou térmica), que a companhia utiliza nas operações.
- No escopo 3, diminuir a intensidade das emissões (tCO2e/cabeça) em 33% (ano-base 2019) até 2035. Esse escopo inclui o gás metano, emitido a partir da fermentação entérica do gado.
- Aumentar o uso de energia renovável de 27%, em 2019, para 100% até 2030.
A SBTi é uma iniciativa internacional que mobiliza empresas para desenvolverem metas de redução das emissões de GEE com base na ciência, alinhadas com os esforços necessários para limitar o aquecimento global. É formada por Carbon Disclosure Project (CDP), United Nations Global Compact, World Resources Institute (WRI) e World Wide Fund for Nature (WWF).
“A Marfrig vem desenvolvendo e implementando ações para conciliar produção com respeito socioambiental há mais de uma década. A resposta da SBTi é um reconhecimento do nosso trabalho e a melhor sinalização de que nossa jornada é respaldada em um trabalho robusto, baseado em ciência, que é o melhor caminho em direção à sustentabilidade”, diz Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig. “Nosso maior desafio está no escopo 3 (emissões de metano pelos animais), que representa 98% de todas as emissões da Marfrig”, revela ele.
Pecuária de baixo carbono
Diversas ações estão sendo desenvolvidas pela Marfrig em direção às metas validadas pela SBTi. Para alcançar as metas dos escopos 1 e 2, a companhia está alterando sua matriz energética por meio da aquisição de energia elétrica de fontes renováveis. Exemplo disso é a substituição de combustível de caldeira em sua operação nos Estados Unidos (National Beef). Lá a companhia utiliza o biogás como combustível para operar as caldeiras. Esse gás é produzido a partir de resíduos orgânicos, como os dejetos do gado, e auxilia também na redução das emissões de escopo 1, uma vez que o metano gera volume 28x maior de efeito estufa que o gás carbônico.
Há também a utilização, no Brasil, de equipamentos com melhor eficiência energética em substituição às caldeiras a óleo, usando fontes renováveis como madeira e cavaco de origem de reflorestamento.
Já para atingir a meta do escopo 3, os esforços da Marfrig estão direcionados para aumentar a aquisição de animais de sistemas produtivos de baixa emissão de carbono (como o que associa lavoura, pecuária e floresta). A companhia também recorre à nutrição animal para redução expressiva de emissões provenientes da fermentação entérica. Outro caminho é a inovação – melhoria genética – permitindo que os animais se desenvolvam mais rapidamente, com maior eficiência produtiva, o que reduz a quantidade de emissões de GEE na atmosfera.