O mercado de milho no Brasil apresentou movimentos variados ao longo de novembro, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ESALQ), divulgada ontem 9 de dezembro. Os preços, que começaram o mês em alta devido à retração vendedora, perderam força na segunda quinzena, refletindo o menor interesse de compra após estoques serem recompostos.
No indicador ESALQ/BM&FBovespa, referência em Campinas (SP), o preço fechou o mês com leve recuo de 0,2%, a R$ 72,77/saca de 60 kg. A média mensal, contudo, foi de R$ 73,68/saca, marcando o maior valor nominal do ano e o mais alto em termos reais desde abril de 2023.
Exportações e portos: As exportações foram outro ponto de destaque, com 4,72 milhões de toneladas embarcadas em novembro, queda de 26% em relação a outubro e 36% abaixo do volume do mesmo período de 2023, segundo dados da Secex. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), os preços subiram, influenciados pela alta do dólar, que encerrou o mês a R$ 6,006, um avanço de 3,9%.
Avanço do plantio e condições climáticas: No campo, o ritmo da semeadura da safra de verão foi acelerado, impulsionado por chuvas favoráveis em novembro. No Paraná, o plantio foi concluído, com 2,59 milhões de toneladas esperadas, alta de 3% frente à safra anterior. Em Santa Catarina, 98% da área estadual já estava semeada até o início de dezembro, enquanto no Rio Grande do Sul, 90% das áreas foram plantadas até o dia 5.
Produção e estimativas: Relatório da Conab prevê produção total de 119,81 milhões de toneladas para 2024/25, aumento de 3,6% em comparação à safra anterior. A primeira safra deve alcançar 22,79 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra, com projeção de 94,63 milhões de toneladas, pode crescer 4,8%. No entanto, os embarques brasileiros devem recuar para 34 milhões de toneladas, cerca de 2 milhões abaixo da temporada atual.
Cenário internacional: No mercado externo, os preços do milho reagiram em novembro, puxados pela alta demanda nos Estados Unidos, especialmente do México, e pela valorização do trigo em meio aos conflitos entre Ucrânia e Rússia. Na Bolsa de Chicago, o contrato de dezembro/24 subiu 3%, encerrando a US$ 4,23 por bushel. Na Argentina, o plantio alcançou 41,3% da área esperada, com 96,6% das lavouras em condições favoráveis.