Acionistas controladores já garantiram que vão participar do aporte.
O frigorífico Minerva proporá a seus acionistas um aumento de capital em R$ 2 bilhões, conforme anúncio divulgado ao mercado nesta segunda-feira (7/4). A proposta, que será votada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada para o próximo dia 29 de abril, vem após um prejuízo de R$ 1,56 bilhões no ano passado e em meio a estratégias para reduzir o endividamento da companhia.
Segundo o comunicado, a proposta tem como objetivo “permitir maior flexibilidade e agilidade para a administração da companhia avaliar potenciais alternativas futuras de capitalização”.
Cada acionista atual terá direito de preferência na aquisição das novas ações equivalente a sua participação atual, a ser exercido dentro do prazo de 30 dias da publicação de aviso da abertura de prazo para subscrição.
Os controladores já garantiram que irão participar do aporte. De acordo com a Minerva, a Salic International Investment Company e a VDQ Holdings assumiram o compromisso de subscrever e integralizar ações até atingir sua cota mínima. Se os demais acionistas exercerem seus direitos de preferência, não haverá diluição de participação.
A operação, se aprovada, vai resultar na emissão de 386.847.196 novas ações.
Para viabilizar essas emissões, os acionistas também votarão se aprovam a mudança no estatuto social da companhia. Atualmente, a Minerva está limitada a aumentar seu capital social a, no máximo, 710 milhões de ações ordinárias. A mudança do estatuto proposta visa ampliar este limite para 1,291 bilhão.
Em 2024, o prejuízo de R$ 1,56 bilhão da Minerva foi causado pela variação cambial e um aumento de seu endividamento após a aquisição de ativos da sua concorrente Marfrig. A dívida líquida da empresa fechou no quarto trimestre do ano passado em R$ 15,6 bilhões, alta de 75,9%, e a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) alcançou 3,7 vezes.