Ao estabelecer novas projeções a propósito do valor bruto da produção (VBP) da agropecuária brasileira em 2022, o MAPA estimou que o VBP animal sofrerá retração de mais de 6%, desempenho que pode ser atribuído à queda, acentuada, dos preços internos, “principalmente para suínos, bovinos e frangos”.
Considerados os cinco principais produtos de origem animal, mais um deles pode ser adicionado à lista, embora a queda no seu VBP seja inferior à dos animais produtores de carnes: o leite. Ou seja: a única exceção, pelas projeções atuais, recai sobre o ovo, cujo VBP tende a somar R$19,8 bilhões, um valor 2,33% superior ao de 2021 mas, ainda assim, inferior aos R$20,6 bilhões de 2020.
No tocante aos animais produtores de carnes, a perda mais significativa – redução de quase 12% no VBP – tende a incidir sobre os suínos. Mas a perda prevista para o frango não fica muito abaixo disso: 9,31% a menos. Para o boi é estimada redução de 5,26%.
Comparando-se as projeções atuais com o VBP de 2019 – período pré-pandêmico – observa-se que a maior expansão (perto de 11%) será a dos bovinos, vindo a seguir os suínos, com cerca de 9% de incremento. Na avicultura, o VBP dos ovos deve aumentar 5,31%, enquanto para o frango é previsto aumento de 4,38%. Com aumento de apenas 1%, o VBP do leite – que já superou os R$55 bilhões – permanece praticamente estável ao final do quadriênio.
Pelos dados divulgados, constata-se (gráfico abaixo) que o VBP do setor animal vem perdendo participação no VBP total da agropecuária brasileira. Representou 36,19% dos R$945,2 bilhões de 2019, mas se neste ano ficar nos R$365,7 bilhões, representará menos de 30% do R$1,241 trilhão ora previstos.