O preço do leite pago ao produtor registrou queda de 2,1% em outubro de 2024, alcançando R$ 2,81 por litro. Apesar da retração no mês, o valor apresentou alta de 42,6% na comparação com outubro de 2023, conforme dados da última edição do Boletim Indicadores Leite e Derivados, divulgado ontem, 16 de dezembro, pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa.
A oferta mais apertada tem pressionado o custo de insumos como o milho, piorando a relação de troca leite/mistura em outubro em comparação com o mês anterior. Foram necessários 31,7 litros de leite para adquirir 60 kg de mistura, um cenário ainda significativamente melhor do que os 43,1 litros registrados em outubro de 2023.
No varejo, a cesta de lácteos apresentou queda de 0,5% em novembro de 2024, acumulando alta de 10,3% nos últimos 12 meses. O desempenho contrasta com a inflação brasileira, medida pelo IPCA, que acumulou 4,9% no período. Entre os produtos analisados, o leite condensado registrou a maior alta mensal, com avanço de 2,1%, enquanto o leite UHT apresentou queda de 1,7%.
As importações brasileiras de leite e derivados subiram em novembro de 2024, totalizando 204 milhões de litros equivalentes, com destaque para o leite em pó como principal produto importado. Por outro lado, as exportações registraram um leve aumento, fechando em 4,8 milhões de litros equivalentes, impulsionadas principalmente pelas vendas de creme de leite. No acumulado de 2024, a balança comercial de lácteos apresentou déficit de US$ 876 milhões, correspondente ao volume de 2,012 bilhões de litros equivalentes.
No mercado internacional, o preço do leite em pó integral registrou alta de 5,7% em relação ao mês anterior, cotado a US$ 3.984 por tonelada no início de dezembro de 2024. Em contrapartida, o leite em pó desnatado teve queda de 0,6%, cotado a US$ 2.848 por tonelada.