O pesquisador da APTA Regional de Colina, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, Gustavo Rezende Siqueira, foi agraciado com o Prêmio Excelência ASBRAM de 2022, oferec ido pela Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais. A premiação, ocorrida durante o 12° Simpósio Nacional da Indústria de Suplementos Minerais, em 18 de março, em Campinas, reconheceu as importantes contribuições do cientista ao setor de pecuária de corte nos últimos anos, assim como em toda sua trajetória na pesquisa científica. O pesquisador é um dos criadores do conceito Boi 7.7.7, metodologia inovadora de produção de bovinos de corte que já vem sendo adotada em diversos estados brasileiros.
“Esse é um prêmio que vem das empresas que trabalham com nutrição mineral no Brasil. É o setor produtivo valorizando a pesquisa, indicando que nosso trabalho traz benefícios”, coloca Siqueira. Para ele, isso revela o alcance de seu trabalho e o impacto que vem causando à cadeia produtiva de gado de corte. “É o melhor reconhecimento que podemos ter”.
Conforme lembra o pesquisador, das 56 empresas que compõem a ASBRAM, o grupo de pesquisa da APTA Regional já interagiu com 40, seja através de pesquisas conjuntas, treinamentos ou palestras técnicas, demonstrando o valor dado para a ciência dentro do setor representado pela associação. “Uma coisa que temos feito aqui na APTA é produzir ciência e levar os resultados ao produtor final. É uma pesquisa bastante aplicada ao setor produtivo, por isso somos lembrados nesses eventos”, acredita o homenageado.
Com a honraria recebida esse ano, Siqueira se junta ao seu parceiro no desenvolvimento do conceito do Boi 7.7.7 na APTA Regional de Colina, Flávio Dutra de Resende, agraciado na edição anterior do Prêmio, em 2019. “Isso nos mostra que estamos no caminho certo e incentiva a, não só manter, mas acelerar nesse caminho”, finaliza Siqueira.
Boi 7.7.7
Considerado um conceito de produção inovador, o Boi 7.7.7 é o resultado da pesquisa científica desenvolvida e constantemente aperfeiçoada por Siqueira e equipe em Colina, no interior de São Paulo. O sistema preconiza a produção de um gado de corte de 21 arrobas em até dois anos, quando normalmente o pecuarista brasileiro leva três anos para produzir um gado de 18 arrobas. O sistema tem como objetivo fazer com que o animal alcance sete arrobas na etapa da desmama, sete na recria e outras sete na engorda – o que originou o nome da tecnologia. Estas metas são alcançadas com o uso de nutrição animal de forma estratégica, permitindo que o produtor consiga até 30% a ma is de lucro.
O Boi 7.7.7 tem sido considerado “revolucionário” para a pecuária nacional, sendo já adotado em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, entre outros estados onde a atividade pecuária se destaca.