Segundo Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, a mitigação de metano se dá por meio de tecnologias
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), o Brasil e mais de 100 países firmaram um compromisso global para a redução de 30% das emissões de metano até 2030.
No entanto, ainda não há uma meta individual para cada país.
De acordo com o Quarto Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa, relatório do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que a Embrapa ajudou a elaborar, 76% das emissões do gás vem da pecuária.
Dessa maneira, a mitigação passa a fazer parte da rotina de todos os pecuaristas.
Segundo Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, existem algumas estratégias que podem ser adotadas para reduzir as emissões de metano na pecuária.
“É um compromisso bastante desafiador, o metano é um gás importante para o Brasil. É o segundo mais emitido. Em primeiro está o gás carbônico, com aproximadamente 60% das emissões; em segundo está o metano, com 27%; e em terceiro o óxido nitroso, com 12,5%. Portanto, reduzir 30% da emissão de metano é um desafio grande, é preciso trabalhar com várias tecnologias sustentáveis para cumprir o pacto”, diz.
Berndt aponta que a mitigação de metano se dá por meio de tecnologias que atacam em três pilares na bovinocultura: intervenção na dieta dos animais, alterando diretamente o processo de fermentação que acontece no rúmen; mais eficiência na produção, que reduz o tempo para que o boi seja terminado; e compensação, pelo sequestro de carbono.
“A fermentação entérica não é um gás que se pode impedir de ser emitido, mas podemos interferir com tecnologia e conhecimento”, explica.
O pesquisador diz que o pilar da eficiência na produção é o que concentra o maior número de tecnologias. “Melhoramento genético, bom manejo de pasto, cuidado com a saúde do animal, eficiência reprodutiva. Tudo contribui para diminuir a emissão de metano, encurtando o ciclo de produção”.
Sobre a compensação, Berndt cita a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). “Com sistemas integrados de produção, o potencial de retirar carbono da atmosfera é muito grande. Você emite o metano, mas remove o carbono”.