Os preços da pecuária têm registrado aumentos consideráveis em todas as regiões brasileiras desde o final de agosto, mas a intensidade desses ajustes varia entre as praças. Em outubro, os diferenciais em relação ao mercado paulista retornaram a níveis próximos aos de outubro do ano passado, após um estreitamento observado em agosto e setembro. Nesses meses, os estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás apresentaram uma diferença de preços reduzida em relação a São Paulo — chegando a apenas R$ 2,7 por arroba em setembro. Em outubro, no entanto, a diferença voltou a aumentar, chegando a R$ 11/arroba, próximo dos R$ 12,7 registrados em outubro de 2023.
A situação é semelhante no Noroeste do Paraná, onde o diferencial de preços subiu de R$ 2,14 por arroba em agosto para R$ 14 em outubro, superando o patamar de outubro do ano passado, que foi de R$ 9,91/arroba. Já as regiões do Norte, como Goiás, Rondônia, Tocantins, Pará e Bahia, seguem com diferenciais mais altos em relação a São Paulo, sugerindo espaço para novas valorizações nessas praças, que continuam relativamente “baratas” em comparação ao mercado paulista.
No semestre acumulado, enquanto o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 em São Paulo registrou alta de 40%, outras regiões do Centro-Norte tiveram aumentos entre 44% e 63%. A carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo também subiu, acumulando uma valorização de 36% no período.
Rondônia destaca-se como o estado com maior valorização no semestre, com a arroba subindo de cerca de R$ 180 em junho para R$ 291 em outubro. Tocantins apresenta a segunda maior alta, com a arroba passando de R$ 195 para R$ 292. Outros estados, como Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Pará e o Triângulo Mineiro, registraram valorização média de 45%.
Essas variações regionais refletem as condições locais de oferta e a intensidade da demanda dos compradores. Enquanto o consumo interno enfrenta limitações devido ao alto preço da carne, a escassez de oferta nos Estados Unidos fortalece o Brasil como principal fornecedor mundial, com os frigoríficos nacionais conseguindo ajustar seus preços em dólar, favorecidos também pela taxa de câmbio.
Leia a análise mensal de outubro do Cepea completa.