.O silício é um aliado na agricultura contemporânea, especialmente em culturas como a soja, que enfrentam desafios devido às mudanças climáticas. Isso é o que explica a nova cartilha da Série Produtor Rural, produzida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, com o tema Silício como mitigador do déficit hídrico na cultura da soja. A publicação está disponível gratuitamente neste link.
A obra explica que as secas prolongadas e os eventos climáticos extremos estão reduzindo a capacidade de produção agrícola e esgotando a disponibilidade de recursos hídricos, tornando ainda mais difícil para as comunidades rurais manterem suas fontes de subsistência. Aliado aos eventos climáticos e aos desafios ambientais crescentes, a fome no mundo se agrava como uma das mais urgentes crises humanitárias.
O objetivo da cartilha é contribuir para diminuir esse processo: seu conteúdo está alinhado ao item 2 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU – Fome Zero e Agricultura Sustentável. A produção é de Viviane Vieira Machado, especialista em Fisiologia Vegetal, Nutrição e Desenvolvimento de Plantas; Alasse Oliveira da Silva, doutorando em Fitotecnia; e Simone da Costa Mello, professor do Departamento de Produção Vegetal, todos da Esalq.
Contribuição para a cultura da soja
Embora não classificado como essencial para as plantas, o silício se mostra altamente benéfico para o crescimento e desenvolvimento das culturas agrícolas, especialmente a soja. De acordo com os autores, as pesquisas indicam que o silício desempenha um papel importante nas atividades metabólicas e fisiológicas das plantas, sendo eficaz na atenuação dos efeitos do déficit hídrico, um dos principais fatores de estresse abiótico na agricultura.
Entre os benefícios do silício, observa-se a melhoria na arquitetura das folhas, o que otimiza a incidência solar e reduz a transpiração de água. Além disso, o silício ativa o sistema de defesa antioxidativo das plantas e aumenta a capacidade fotossintética, fatores que contribuem para uma maior resistência e vigor das culturas. Porém, os autores alertam que a eficiência do uso do silício pode variar significativamente dependendo da espécie cultivada, do momento e da dosagem de aplicação.
Dessa forma, a obra aponta para a necessidade de pesquisas mais direcionadas, que considerem as especificidades de cada cultura e sua capacidade de absorção e acúmulo de silício, uma vez que, no caso da sojicultura, os estudos sobre o impacto do silício ainda são escassos e apresentam resultados diversos, o que reforça a importância de investigações mais aprofundadas.
Para conferir e fazer o download da publicação clique aqui.
Texto adaptado de Alicia Nascimento Aguiar, da Assessoria de Imprensa da Esalq