Em 2022, é impossível dissociar o desenvolvimento da pecuária, seja no âmbito da sustentabilidade, da redução do desperdício, da qualificação dos trabalhadores ou do bem-estar animal e humano, do avanço das tecnologias empregadas no campo, originando o que é chamado de pecuária 5.0, cujo objetivo é alcançar o progresso tecnológico em prol da produtividade, levando em consideração saúde, preservação e biodiversidade.
A evolução da “indústria 4.0”, que é baseada na automatização de processos e rotinas, impulsionou a capacitação dos profissionais e os liberou de atividades repetitivas para dedicarem seu potencial intelectual nas análises de melhoria contínua da operação e para inovação dentro da fazenda. Essa potencialização do capital humano define a indústria 5.0 e, consequentemente, a pecuária 5.0, na qual as pessoas usam a tecnologia e os insights gerados a partir dela para criar um ambiente mais sustentável do ponto de vista produtivo, econômico e ambiental.
A Beckhauser, empresa paranaense de equipamentos de contenção para bovinos e a GA+Intergado, empresa de tecnologia de gestão da informação na pecuária, têm atuações pautadas no contato com o dia a dia do campo e apoiam iniciativas voltadas à pesquisa e à difusão de informações no setor. A partir desse contato, fica claro que a gestão é uma das áreas que mais vem avançando no uso de tecnologias para uma execução eficiente de todas as operações dentro das fazendas e a otimização de resultados.
Um dos mais importantes impactos da adoção de tecnologia é o aumento da maturidade dessa gestão nas fazendas. Com a automatização dos processos de fabricação, fornecimento de ração e pesagem voluntária dos animais, os gestores têm acesso a dados mais precisos para identificar as falhas e pontos de melhoria, e, a partir disso, a equipe da fazenda pode se dedicar a corrigi-las, para aumentar a eficiência de toda a operação.
Nos últimos três anos, a procura pela tecnologia de automação de nutrição, por exemplo, cresceu 234%, porque as empresas rurais entenderam que a transformação da fazenda depende de processos mais eficientes, dados bem coletados e pessoas com acesso a informação e tempo para estruturar a operação e o negócio.
Com uma cultura analítica implantada, a fazenda pode avançar no modelo de gestão da pecuária 5.0, no qual toda a cadeia está conectada, da genética ao abate, e atua para otimizar o uso dos recursos naturais, intelectuais e financeiros com foco na produtividade e na rentabilidade.
Uma das exigências deste processo é a constante evolução dos profissionais envolvidos com a aplicação destes novos modelos nas fazendas, sejam eles os gestores do negócio ou quem coloca a mão na massa e lida diretamente com os animais no dia a dia. Torna-se fundamental nesse cenário o investimento em treinamentos, visando capacitar essa mão de obra e adequá-la à nova realidade.
Aliar conhecimento e tecnologia faz com que a atividade pecuária, setor de extrema importância para a economia, meio ambiente e a segurança alimentar no Brasil, desenvolvam-se com responsabilidade, de forma a garantir bem-estar aos animais, e a qualidade dos produtos, além de suprir uma demanda de alimentos com o uso racional dos recursos naturais nesta jornada. A pecuária, quando voltada para o desenvolvimento sustentável, contribui para o aumento da produtividade, redução de desperdício, uma alimentação mais saudável e com menor impacto ambiental.
A pecuária 5.0 já é uma realidade, considerando a existência de recursos, ferramentas e conhecimentos que ajudam os pecuaristas a abordarem seus negócios de maneira mais eficiente, otimizando os processos nas fazendas e direcionando-os a caminhos que levem à sustentabilidade e à produção responsável.
*Gustavo Lazarin, Gerente Comercial da Beckhauser
* Paulo Dias, CEO da GA+Intergado, pioneiro na aplicação da Ciência de Dados em confinamentos e especialista em gestão pecuária de alta performance.
O artigo é destaque da Revista do PecSite e está disponível na página 28, clicando abaixo.