Previsão é que retomada dos abates ocorra na quarta-feira (8
Segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), a produção já ficará reduzida nesta sexta-feira (3), com previsão de volta somente na quarta-feira (8).
A associação informou que a paralisação não ocorre exclusivamente pela suspeita do caso da doença em Minas, mas também por causa do feriado de 7 de setembro. A decisão foi tomada pelos próprios frigoríficos, conforme a associação.
A entidade espera que até lá o resultado do exame que vai confirmar ou não o caso de vaca louca já tenha sido divulgado pelo Ministério da Agricultura.
A Abrafrigo afirma que a paralisação acontece em todos os estabelecimentos de abate, e não somente nos que operam com exportações. A China, um dos principais mercados para a carne brasileira, tem regras severas para aquisição do produto nacional.
A possibilidade de novo caso da vaca louca no país mexe com o mercado do setor desde esta quarta-feira (1º), quando foi tornado público. O preço da arroba teve queda de 2,52% na variação diária, cotada a R$ 305,50.
Em 2019, as exportações para a China foram suspenas após um caso da doença ser identificado em Mato Grosso. À época, o Ministério da Agricultura informou que a paralisação das vendas para o país era automática, por conta de acordo assinado em 2015.
Segundo o consultor Alcides Torres, da Scot Consultoria, esse acordo ainda vigora. Até esta quinta-feira (2), porém, não houve comunicado das autoridades federais sobre suspensão de exportações da carne brasileira.
O analista avalia que se for confirmada a doença em Minas, o risco de que ela se alastre é baixo devido ao tipo de alimentação usado no Brasil para o gado.
“Não usamos, como na Europa, restos de produtos animais na alimentação do rebanho”, disse o consultor.
Em nota, o Ministério da Agricultura disse que casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos. Afirmou ainda que medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. “Uma vez concluído o processo em investigação, os resultados serão informados”, apontou, em nota.
O Instituto Mineiro de Agropecuária afirmou que colabora com as investigações. A Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais informou que só emitirá posicionamento após o resultado oficial do laudo.