Uma tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com apoio da iniciativa privada é capaz de identificar em apenas 25 segundos as condições de qualidade do leite cru ainda no local de produção.
De acordo com os pesquisadores da estatal, esta pode ser uma solução eficaz para reduzir prejuízos dos pecuaristas de todo o país.
O SondaLeite é um sistema portátil que usa feixes de luz para fazer a classificação quase instantânea do produto. A tecnologia consegue identificar o chamado Lina (leite instável não ácido), uma alteração na qualidade do leite cuja detecção ainda é um desafio nos métodos convencionais.
O teste de qualidade do leite é uma exigência do Ministério da Agricultura e Pecuária para avaliar a acidez e estabilidade do produto no momento de captação nas propriedades rurais.
Os resultados atuais, no entanto, obtidos a partir da submissão do produto ao álcool, ainda geram incertezas, pois podem ter interferências e falhas humanas, diz a Embrapa. O método é utilizado há mais de 100 anos.
Com isso, parte da produção leiteira atualmente é descartada, diz a Embrapa, o que gera perda de renda na cadeia leiteira e passivos ambientais.
“A pretensão é que o SondaLeite consiga diferenciar o Lina, o leite normal e o leite ácido. Assim, pode-se oferecer uma nova forma de avaliação da qualidade do produto nas unidades de produção de leite, evitando a condenação do Lina”, diz em nota a médica veterinária e pesquisadora Maira Balbinoti Zanela, da Embrapa Clima Temperado.
Segundo ela, a possibilidade de diagnóstico equivocado com teste do álcool faz com que o produtor tenha perda de renda, a indústria receba volume menor de leite e o consumidor tenha menos oferta.