Temas serão discutidos no Painel Fazenda do 1º Encontro Nacional da Pecuária de Decisão, que será no dia 3 de setembro, de forma híbrida
A forma de tratar as pastagens e aliar questões ambientais e econômicas são alguns dos principais desafios na pecuária de corte brasileira e estarão no centro de discussão no Painel Fazenda do 1º Encontro Nacional de Pecuária de Decisão (ENPD), que será realizado de maneira híbrida em São Paulo (SP), no dia 03 de setembro, das 9h às 13h, presencialmente na Fazenda Churrascada e com transmissão ao vivo.
“Qual é o modelo mental do pecuarista 10x mais rentável” será a palestra do pecuarista Maurício Velloso, presidente da ASSOCON – Associação Nacional de Pecuária Intensiva para abrir o painel, seguido pela apresentação “A decisão de tratar pastagem como lavoura!” da professora de Forragicultura e Pastagens da Universidade Federal de São João del Rei, Janaína Martuscello e do pesquisador e professor da Universidade Federal da Grande Dourados, Clandio Favarini Ruviaro com o tema “Decisão pela pecuária sustentável!”.
“A importância das pastagens no Brasil é inquestionável. A esmagadora maioria do rebanho brasileiro é criada exclusivamente em pastagens e o que resta provavelmente passou algum ciclo de sua vida no pasto. O pecuarista precisa entender que o bem mais precioso que ele tem na propriedade é o pasto! Isso porque a produção animal sob pastejo é a forma mais barata de alimentar o rebanho e pastos bem manejados promovem desempenhos satisfatórios. Sem capim não tem gado! Capim ruim é sinônimo de gado com desempenho ruim; da mesma forma, capim bom e bem manejado significa desempenho bom. Por isso, a pastagem deve sair de um tratamento periférico e começar a ter os cuidados merecidos para se tornar uma lavoura”, salienta Janaína Martuscello.
“É comum vermos áreas de pastagens com lotação muito acima do suportado, pastos rapados e contaminado por plantas invasoras. Isso não combina com uma pecuária competitiva. Por isso, há necessidade de se conhecer as exigências em fertilidade de solo e manejo para a forrageira escolhida. Quando o pasto é tratado como lavoura, suas exigências são atendidas e a otimização da produção de forragem leva à maximização da produção animal”, afirma a professora, que completa: “Se a pecuária brasileira dá toda essa contribuição ao nosso PIB da forma como está, imaginem quando nossos pastos forem, de fato, lavoura? Ninguém mais irá nos segurar!”.
Conciliando questões ambientais e econômicas
Diante do aquecimento global ou por questões de geopolítica econômica, em que se estabelecem as forças competitivas entre países produtores, o setor agropecuário brasileiro e, em especial, a pecuária de corte, tem estado constantemente na berlinda. Para o pecuarista, isso se traduz em uma pergunta: é possível manter ou melhorar a lucratividade conciliando o aspecto produtivo e o de sustentabilidade ambiental?
“No total das atividades produtivas, o Brasil emitiu, em 2005, um total de 1.2bi tons CO2eq e deveria reduzir essas emissões em 43%, até 2030. Assumindo que esses 43% tivessem que ser reduzidos linearmente em toda e qualquer atividade econômica, esse seria o principal desafio da pecuária nacional. A boa notícia é que algumas pesquisas feitas em ambiente operacional mostram que, dependendo do sistema de produção, é possível uma redução de até 51% na emissão dos tais gases estufa para um mesmo nível de produção pecuária”, discorre o pesquisador e professor da Universidade Federal da Grande Dourados, Clandio Favarini Ruviaro.
Diante disso, a escolha de um sistema de produção pecuária adequado se torna extremamente importante e estratégico. “A determinação de um sistema adequado de produção deve considerar não apenas os fatores diretos, como manejo, sazonalidade de pastos e custos de produção, mas também os indiretos, como os impactos ambientais, sob o aspecto dos custos de produção e emissão dos gases de efeito estufa, de forma que a redução das emissões esteja condicionada não apenas à viabilidade econômica da atividade, mas também possa ser explorada como uma vantagem competitiva monetizável, transformável em margem incremental para o produtor”, explica o pesquisador.
“Análises de trabalhos em ambientes de produção demonstram que o uso de técnicas matemáticas de apoio à tomada de decisão otimizam a produção de carne de baixa emissão de CO2 eq, com um atrativo retorno econômico. Esforços conjuntos dos setores produtivos, institutos de pesquisas e agências de fomento são imprescindíveis para que se possa identificar e implementar, nas diversas regiões do país, sistemas otimizados, ambientalmente e economicamente de produção de carne”, ressalta Ruviaro, antecipando o tema que será discutido no ENPD.
Além do Painel Fazenda, o 1º Encontro Nacional da Pecuária de Decisão terá o Painel BovExo, nova ferramenta inteligente para a tomada de decisões na pecuária, com a participação do CEO da companhia, Paulo Dancieri e o CTO, Carlos Gomes. A programação terá ainda o Painel Mercado com a apresentação “Olhar o futuro para melhores decisões hoje”, com o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari; “Criação de valor e risco são duas faces da mesma moeda” por Rogério Goulart, da Carta Pecuária e “Como pecuaristas 10x mais rentáveis operam no mercado do boi gordo?” por Leonardo Alencar da XP Investimentos, com moderação da Diretora de Desenvolvimento de Mercado, América Latina, CME Group, Roberta Páffaro.
O encerramento do evento será feito pelo jornalista e publicitário José Luiz Tejon com o tema “A decisão de se incomodar (ou não)”.
As inscrições para o evento podem ser feitas pelo site:
https://www.bovexo.com/encontro-nacional-da-pecuaria-de-decisao/
Serviço
1º Encontro Nacional da Pecuária de Decisão (ENPD)
Data: 03 de setembro de 2021
Horário: 9h às 13h
Local: Fazenda Churrascada, São Paulo (SP)
Transmissão ao vivo: Redes sociais do Canal Rural