Mais de 2,5 milhões de doses foram aplicadas, na segunda etapa da campanha de vacinação obrigatória, realizada nos meses de novembro e dezembro pela Agrodefesa
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) contabilizou os dados da segunda etapa de vacinação obrigatória contra a raiva, nos 119 municípios considerados de alto risco para a doença. Realizada de 1º de novembro a 15 de dezembro de 2024, a vacinação atingiu 2.564.196 bovinos e bubalinos, na faixa etária vacinal de 0 a 12 meses, o que corresponde a 99,15% do total de animais declarados.
A medida sanitária está prevista na Portaria nº 473/2024 da Agrodefesa, que estabelece o calendário oficial da segunda etapa de vacinação contra a raiva e declaração de rebanho. A primeira etapa foi realizada no mês de maio.
“Ficamos extremamente satisfeitos com o resultado, que chegou a quase 100% dos animais. Isso mostra o compromisso dos nossos pecuaristas com a sanidade do rebanho e contribui para que tenhamos uma produção livre de doenças, abrindo mercados e também protegendo a saúde não só animal, como humana, já que a raiva é uma zoonose”, ressalta o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
Dos 119 municípios onde a vacinação é obrigatória, 12 cidades alcançaram 100% de índice vacinal em seus rebanhos. São elas Água Fria de Goiás, Araçu, Campinorte, Chapadão do Céu, Joviânia, Mambaí, Paranaiguara, Pilar de Goiás, Rialma, São Simão, Teresina de Goiás e Vianópolis. “Além disso, das propriedades que realizaram a vacinação, nenhuma ficou abaixo de 95% no índice vacinal de seus rebanhos, o que é um ótimo alcance”, salienta o presidente.
O relatório traz, ainda, que 4.814 propriedades do Estado não realizaram a vacinação – 6,5% do total de 74.600, considerando os 119 municípios. “Essas propriedades ficam sujeitas a penalidades previstas na legislação sanitária animal vigente, incluindo multa e a proibição da emissão de GTA, para movimentação dos animais no Estado, até a sua regularização. Mas é muito importante que busquem regularizar sua situação o quanto antes, em uma Unidade Operacional Local da Agrodefesa, pois além dos impactos na sanidade, evitam expor o rebanho à raiva, que pode ser transmitida pela mordida de morcegos hematófagos”, alerta o diretor de Defesa Agropecuária, Rafael Vieira.
A segunda etapa da vacinação antirrábica em Goiás também foi obrigatória para equídeos (equinos, muares, asininos), caprinos e ovinos com idade de zero a seis meses, nos 119 municípios considerados de alto risco para a doença.
Mudanças em 2025
A partir de 1º de julho de 2025, algumas mudanças entrarão em vigor nas estratégias para o controle da raiva de herbívoros em Goiás. Uma delas diz respeito à obrigatoriedade da vacinação. De acordo com a Instrução Normativa nº 01/2025, publicada no último mês, a vacinação passará a ser exigida nas propriedades foco (com diagnóstico laboratorial da doença em seu rebanho) e será também recomendada nas propriedades situadas em um raio de até 12 quilômetros a partir do foco (área perifocal).
A gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, explica que essa medida não interfere na campanha de vacinação contra a raiva em herbívoros prevista para o mês de maio, já que entra em vigor apenas em julho. “É muito importante que os nossos produtores ainda realizem a vacinação prevista para maio, nos 119 municípios considerados de alto risco para a raiva. Somente no mês de julho é que as novas determinações entram em vigor, como forma de dar respostas mais precisas aos focos da doença”, esclarece.
Ela reforça ainda que a vacinação contra a raiva poderá ser feita em todos os municípios durante o ano todo e que a doença continua sendo de notificação obrigatória à Agrodefesa. “O que vai mudar é a forma de agir em relação aos focos identificados. Vamos continuar atuando na vigilância epidemiológica, monitorando rebanhos e abrigos de morcegos hematófagos”, enfatiza. “E precisamos contar com a colaboração dos produtores para que este trabalho continue obtendo sucesso. A raiva é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem, além de causar grandes impactos econômicos e sociais, por isso a notificação de sintomas suspeitos é fundamental para identificarmos e eliminarmos possíveis focos”, finaliza.