As mais recentes informações e tendências do mercado sobre as commodities foram destacadas, nesta terça-feira (27), durante webinar sobre o “Cenário de oferta e demanda global: perspectivas de mercado para milho/soja”. A iniciativa, promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) em parceria com a Safras & Mercado, reuniu dirigentes sindicais, produtores rurais, técnicos e outros interessados no assunto.
O evento integra um cronograma mensal destinado a atualizar sobre as mudanças no cenário econômico e no panorama dos principais segmentos do agronegócio catarinense e brasileiro.
Representando o presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, o vice-presidente executivo da Faesc, Clemerson Argenton Pedrozo, deu as boas-vindas aos participantes e ao palestrante e destacou a importância dessa cooperação para trazer informações mercadológicas essenciais para o planejamento da produção e venda das safras. “A parceria entre Faesc e Safras & Mercado é fundamental para a disseminação de informações sobre tendências que influenciam a movimentação de preços, a oferta, a demanda e os fatores econômicos, trazendo um embasamento para as melhores tomadas de decisões”.
A apresentação foi conduzida pelo consultor-chefe da Safras & Mercado, Paulo Roberto Molinari, que iniciou falando dos fundamentos econômicos e tendências dos grãos para 2024/2025. Ele discutiu os riscos do milho e da soja em 2024, mencionando os aspectos climáticos (neutro convergindo com La Niña), juros nos Estados Unidos e mudança no Banco Central no Brasil, safra 2025 na América do Sul, safra nos Estados Unidos em 2024, entre outros aspectos.
Ao abordar a atual situação econômica, o especialista ressaltou que a moeda chinesa ainda segue muito desvalorizada. Apontou que no Brasil houve uma leve melhora na conta de arbitragem, ou seja, na diferença entre o custo financeiro no exterior e no Brasil. “Por isso, será muito importante a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro no dia 18 de setembro. Se o Banco Central Brasileiro subir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual e o Banco Central americano reduzir a taxa em 0,25 poderemos ter uma melhoria significativa dessa taxa de arbitragem”.
Molinari esclareceu, ainda, que a taxa define se entrará ou sairá mais dinheiro do Brasil. “Com a melhoria da taxa de arbitragem é possível que ocorra novamente uma boa atração de capitais, o que pode, já no dia 19, provocar uma queda no câmbio no país”, previu ao reforçar que, caso a Selic suba em 0,25 e os juros no exterior reduzam, o ambiente cambial brasileiro poderá ter uma melhoria significativa.
O especialista prosseguiu a palestra abordando temas como oferta e demanda do milho nos Estados Unidos e na Argentina, bem como oferta e demanda de soja nos Estados Unidos e na China, além de falar sobre a comercialização da safra de soja no Brasil, entre outros aspectos referentes ao cenário desses grãos. Por fim, comentou sobre as eleições nos Estados Unidos e o ritmo de juros e confirmou que as commodities podem ganhar força com juros em baixa e dólar mais fraco.
As webinars são gratuitas e abertas ao público (Sindicatos, lideranças, produtores, técnicos e demais interessados). Para participar basta acessar o site https://sistemafaesc.com.br/ e preencher um breve cadastro.
O cronograma, ainda, prevê as seguintes webinars:
- “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do arroz”, no dia 30 de setembro, com Evandro da Silva Oliveira;
- “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do boi”, no dia 28 de outubro, com Fernando Iglesias;
- “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do arroz”, no dia 25 de novembro, com Evandro da Silva Oliveira;
- “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado/milho e soja”, no dia 17 de dezembro, com Paulo Molinari.